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Mostrando postagens de junho, 2010

É proibido errar...

 A Copa do Mundo tem nos oferecido algumas oportunidades interessantes para pensar o mundo e o contexto em que estamos vivendo. Além de percebermos as inovações tecnológicas nas transmissões, o avanço do futebol da América do Sul, que classificou 4 equipes entre as semifinalistas do mundial africano, a bela celebração das torcidas - mesclando europeus, asiáticos, americanos e os donos da casa nos estádios - estamos vendo também o crescimento do debate acerca do uso de recursos no campo de jogo que auxiliem a arbitragem e que evitem os erros recorrentes observados em algumas das principais partidas disputadas... Em duas importantes partidas das oitavas de final, por exemplo, tivemos erros graves dos juízes e de seus auxiliares, que se não influenciaram diretamente no resultado das partidas, poderiam ter, de algum modo, influenciado os perdedores a buscar com mais gana e disposição a reversão de suas derrotas.  Em Inglaterra x Alemanha, justiça poética à parte (Na Copa de 1966 a Alemanha

O melhor da Copa da África do Sul

 O futebol até agrada. As vitórias do Brasil também. Desclassificações de seleções importantes igualmente tem feito a alegria de muitos torcedores. Gols bonitos e zebras em algumas partidas fazem a felicidade daqueles que amam o futebol. Mas o melhor da Copa da África do Sul não está nos gramados, mas sim nas arquibancadas, no público que enche os estádios e na transmissão incrível que a televisão tem proporcionado com os recursos técnicos incorporados a partir deste ano de 2010. Os espectadores nesta primeira Copa no continente africano destacam-se por dois aspectos notáveis, a saber: - Primeiramente pela alegria incondicional dos anfitriões e de seus conterrâneos africanos. Vuvuzelas à parte, que atormentam e até causam prejuízos a audição de quem assiste pela TV (imaginem como deve ser para alguém que está lá), os sulafricanos, ainda que sua seleção tenha saído na primeira fase (com dignidade, vencendo os arrogantes franceses), mantém a alegria e a paixão pelo futebol em alta. Parti

Kung Fu Panda: Lições da sabedoria milenar dos orientais

A sabedoria dos mestres orientais é reconhecida mundialmente. Sua paciência e persistência são igualmente notáveis marcos de uma cultura milenar. Tudo o que se refere às tradições daquele país, da saborosa gastronomia às artes marciais, consegue sempre despertar a curiosidade, o respeito e a admiração dos ocidentais. E o cinema é prova disso tudo. A animação Kung-Fu Panda, somente atesta as afirmações anteriores. A produção tem personagens que certamente serão lembrados para sempre, tanto pelas crianças quanto pelos adultos. A começar pelo protagonista, o urso panda Po, hilário do primeiro ao último minuto do filme, um herói que não se sente melhor do que ninguém e que carrega inúmeras dúvidas sobre a sua escolha para ser o maior entre os maiores no Kung-Fu… Sua maior qualidade é saber rir de si mesmo e pensar que a vida não deve ser levada tão a sério. Além dele, há os lendários aprendizes de Kung-Fu, virtuosos até o último fio de cabelo, mas que se mostram falíveis não por serem derr

Juno: Os dilemas da gravidez na adolescência

Gravidez precoce. Atividade sexual na adolescência. Dois temas polêmicos e bastante espinhosos para se trabalhar no âmbito escolar. Deve-se frisar, no entanto, que são situações que se configuram aqui, lá, acolá... Ou seja, não existe país, região, cidade ou escola onde algum caso relativo a essas situações não tenha sido verificado. Fechar os olhos ao fato é, certamente, o que não devemos fazer. E como lidar com isso? Certamente o caminho inicial passa pelo acesso a informação, ou seja, trabalhar a questão em casa e na escola com naturalidade, serenidade e, em especial, critério. Partir do princípio que os jovens estão iniciando sua vida sexual de forma precoce, estimulados pelos meios de comunicação e pelo farto acesso a informação, entendendo-os como sexualmente ativos já aos 15 ou 16 anos [quando não antes disso, como já verificado] também faz parte do caminho a ser trilhado nessa orientação a ser dada pelos pais e professores. Isso quer dizer que devemos aceitar essa situação e qu

Joana D'arc de Luc Besson: A guerreira de Deus

Quem poderia imaginar que a maior heroína da história da França viesse a ser uma jovem camponesa iletrada? Será que em algum momento os ingleses, em sua impetuosa e vitoriosa campanha em terras francesas durante a Guerra dos Cem Anos, imaginaram que seriam derrotados por um exército comandado por uma mulher? A religiosidade que fez de Joana D´Arc uma guerreira fantástica no comando dos exércitos franceses nos explica esse fenômeno histórico? Deus realmente se apresentou para Joana e pediu-lhe que empunhasse sua espada contra os invasores ingleses? Muitas pessoas se perguntam se essa história realmente aconteceu. E surpreendem-se de saber que trata-se de um acontecimento registrado, inclusive em autos impetrados pela Igreja Católica contra Joana. A história se inicia com uma menina, verdadeiramente católica, que frequenta os cultos e vivencia sua fé. Até esse ponto nada a diferencia da grande maioria das pessoas da época em que vive, no século XIV, durante o ocaso do feudalismo. Nesse

Jerry Maguire - A grande virada: Quanto nos custa a verdade?

Quanto nos custa a verdade? Há vários momentos em nossas vidas em que nos sentimos compelidos a dizer tudo o que realmente pensamos ou acreditamos mesmo que isso magoe os sentimentos de outras pessoas. Quando as palavras são apenas ditas, jogadas ao vento, colocadas para fora com a força de nossos pulmões, as implicações já são grandiosas... Imaginem então o que ocorre quando resolvemos escrever o que pensamos... Somos sempre muito cuidadosos quanto as nossas declarações. Procuramos agir dentro daquilo que nos parece mais razoável e, de quebra, adequado para cada ambiente no qual estamos inseridos. Vivemos a era do “politicamente correto” e, por esse motivo, criamos filtros individuais através dos quais procuramos separar o “joio do trigo” e evitar declarações bombásticas ou polêmicas. Não é isso o que desejamos fazer em grande parte das situações que vivenciamos em nosso cotidiano. Quando lidamos, por exemplo, com nossas chefias será que nos atrevemos a dizer tudo o que realmente pens

Jamaica abaixo de zero: O espírito olímpico em sua essência

Ano olímpico é festivo, alegre, engrandecedor do espírito humano. É no esporte que a humanidade revela uma de suas principais e mais estimadas qualidades, e não estou me referindo a competitividade (igualmente importante, mesmo que às vezes vilipendiada e criticada em excesso), a superação. E não se trata apenas de pensar em superação como sinônimo dos atletas que vencem ou que completam a prova de forma memorável (como foram os casos de Gabrielle Rose na olimpíada de Los Angeles ou, mais recentemente, de nosso maratonista Wanderley Cordeiro de Lima, medalha de bronze em Sidney). Refiro-me a uma capacidade que extrapola o aspecto individual e se revela na humanidade como um todo. Os Jogos Olímpicos revelam um esforço grandioso desde o momento em que se abre a disputa entre os países para saber quem vai ser a sede dos futuros eventos, aqueles que irão se realizar daqui a 8 ou até 12 anos para frente. As nações organizam-se para mostrar que têm condições de abrigar essa grande festa do e

Ilha das Flores: Encontro marcado com a miséria

A miséria é o tópico central do premiadíssimo trabalho do diretor Jorge Furtado. A utilização de um título que contradiz a trama desenvolvida ao longo dos 13 minutos de duração do curta-metragem foi uma das ótimas idéias apresentadas nesse trabalho. Mas não é a única. A exposição didática das idéias, de forma encadeada, amarrada as informações, na medida em que elas aparecem na narração sólida e segura do ator Paulo José, constituem o eixo em torno do qual acabam gravitando os espectadores. O ritmo alucinado utilizado para que fiquemos sabendo sobre os tomates do Sr. Suzuki, o perfume de dona Anete, o surgimento do dinheiro e as peculiaridades dos seres humanos (o polegar opositor e o tele-encéfalo altamente desenvolvido), nos dá pouco tempo para refletir sobre toda a informação e exige que acabemos assistindo ao vídeo duas ou até mesmo, três vezes. Outra característica marcante do curta-metragem Ilha das Flores é a profusão de imagens. É como se tudo fosse uma verdadeira colagem feita

Hotel Ruanda: O Schindler africano

É inevitável que ao assistir Hotel Ruanda façamos uma comparação com o premiado e cultuado filme A Lista de Schindler, do diretor Steven Spielberg. Há evidentes pontos de encontro especialmente no que se refere aos personagens principais e ao clima de catástrofe reinante nos países em que acontece a ação. O que também impressiona muito aos espectadores é saber que as histórias apresentadas nas telas são reais e que o todo aquele sofrimento aconteceu... Guardadas as devidas proporções históricas, há um outro pormenor que pode ser percebido pelo público. Trata-se da forma diferenciada como os dramas da vida real foram tratados pela mídia internacional e pelos governantes dos países mais ricos do mundo. Na 2ª Guerra Mundial, ainda que de forma tardia, os países foram entrando no conflito e se posicionando contra a tirania e as violências praticadas pelos nazistas. Mobilizados pelo poder econômico da comunidade judaica do mundo todo, os principais órgãos noticiosos do planeta foram informa

Hook - A volta do Capitão Gancho: A magia da infância

Quem entre nós deixou de sonhar por alguns momentos com a Terra do Nunca? Voar entre as nuvens e enfrentar o Capitão Gancho e seus ardilosos piratas. Nadar na Pedra da Caveira e ter a oportunidade de ver as belíssimas e muito perigosas sereias. Caminhar pela floresta e encontrar os índios. Poder se divertir a valer com os Meninos Perdidos ou com a Sininho. Pois esse é o saldo da obra de J. M. Barrie, mesmo depois de tantos e tantos anos:- criar e recriar os sonhos dos meninos e meninas de todas as idades, mesmo daqueles que já não são tão crianças... Baseando-se nesse sonho, outro criador de ilusões, o diretor Steven Spielberg resolveu nos presentear com uma nova versão da velha luta entre o bem e o mal, encarnada nas figuras de Peter Pan e de Gancho. De seu trabalho surgiu “Hook – A Volta do Capitão Gancho”, estrelada por astros do porte de Robin Williams, Dustin Hoffman, Bob Hoskins e Julia Roberts. O filme não foi um dos mais estrondosos sucessos do diretor Spielberg, mas certamente

High School Musical: Não tenha medo de ser diferente

High School Musical se tornou um dos grandes fenômenos de público da televisão no último ano e esse sucesso foi mais do que merecido. Esse telefilme da Disney angariou fãs entre crianças, pré-adolescentes e adolescentes graças ao seu charme infanto-juvenil que evoca um clássico dos musicais dos anos 1970, Grease, estrelado pelo astro John Travolta e por Olívia Newton-John. Mas não foram apenas as semelhanças com essa produção celebrada de outrora que permitiu ao filme dirigido por Kenny Ortega destacar-se na televisão e se tornar campeão de vendas de CDs e DVDs no Brasil e em muitos outros países. Confesso que resisti o quanto pude... Em várias oportunidades realmente fugi da sala de estar onde minha filha Thaís (que tem 9 anos) me aguardava ansiosamente para que eu e minha esposa pudéssemos conferir esse filme que tanto a agradava. Por conta de sua trama simples e objetiva não imaginava que a produção pudesse ser tão simpática e apresentar mensagens interessantes até mesmo para o trab