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Mostrando postagens de maio, 2011

A Geração Facebook precisa pegar o ônibus...

Outro dia, na hora do almoço, sai da escola, atravessei a avenida e fiquei a esperar o ônibus para chegar em casa. Tenho feito isso com bastante regularidade. Chego rapidamente em casa. Como vamos para o serviço em apenas um carro, que fica com minha esposa e filhos, rumo a outra escola, onde ela trabalha e eles estudam, acabo ficando a pé. As vezes pego alguma carona, em outras oportunidades caminho e, em algumas ocasiões opto pelo ônibus. Brinco com os colegas que vou para casa de Mercedes com motorista, o que não deixa de ser verdade e é um luxo real. Os ônibus da frota local são novos e bastante regulares, não é preciso esperar muito para conseguir transporte. O que chama a atenção de alguns que trabalham ou convivem comigo é que para eles é estranho ver o coordenador da escola no ponto de ônibus. Não me importo, acho que vai muito na direção do que penso para a vida há algum tempo, ou seja, de que devemos simplificar, tornar mais tranquila, buscar a riqueza que há nos fatos do

Além da bruma e da escuridão

Invictus De dentro da noite que me cobre, Preta como a cova, de ponta a ponta, Eu agradeço a quaisquer deuses que sejam, Pela minha alma inconquistável. Na cruel garra da situação, Não estremeci, nem gritei em voz alta. Sob a pancada do acaso, Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada. Além deste lugar de ira e lágrimas Avulta-se apenas o Horror das sombras. E apesar da ameaça dos anos, Encontra-me, e me encontrará destemido. Não importa quão estreito o portal, Quão carregada de punições a lista, Sou o mestre do meu destino: Sou o capitão da minha alma. William Ernest Hemley  (1849-1903), poeta inglês Além da bruma e da escuridão Não tema. Não trema. Tenha coragem. Tenha fé. Além da bruma e da escuridão, Atrás das sombras e do pesar, Há de valer o seu destemor. Pedras e paus atirados em minha direção me fazem arder, chorar, sofrer Mas não perco a esperança e continuo forte, firme na direção de meus objetivos. As grades podem me impedir de sair, estar, compartilha

Onde está a felicidade?

A felicidade está em você. Esta é a resposta mais atual dada pelos especialistas. E não pode ser percebida como a maior das metas a ser atingida. Até mesmo porque somos e vivemos de uma forma que, por mais harmoniosa que seja, alterna momentos bons com outros ruins, prevalecendo sempre uma média, aquela do cotidiano, a guiar nossos dias. A forma como encaramos esta alternância de estados, situações, fatos e condicionantes é que nos permite viver melhor ou pior. O que isso quer dizer? Peguemos um exemplo do cotidiano, um dia da vida de um cidadão como eu ou você. Pense no despertador tocando, num dia frio de outono ou inverno, naquela preguiça misturada com um cansaço que se acumulou pelo excesso de atividades, a coberta quentinha e... Hora perdida... Acordar as 6 da manhã era o plano, mas com todos estes elementos, você saltou da cama as 7 horas e mal teve tempo de se arrumar como deveria, muito menos tomar um bom café da manhã... Esconjura-se então o danado do rádio-relógio que não

Breves e Brevíssimas Reflexões sobre Identidade e Meio-Ambiente

Seja você. Pague o preço que for por sua individualidade. Preserve a sua identidade. Não se deixe levar por modismos passageiros. Confie nos seus instintos, na formação que teve, nas orientações que sua família lhe deu e não tenha medo de viver a vida do modo que lhe parecer melhor e mais conveniente, mesmo que isso signifique desafiar o que a maioria das pessoas acredita ser o melhor para você. Seja autêntico e genuíno quanto as suas escolhas para que ainda que arrependimentos surjam depois, você tenha feito opções conscientes a partir daquilo que você mesmo decidiu fazer. Não navegue por mares ou percorra caminhos escolhidos por outras pessoas para uma experiência que deve ser somente sua, por isso mesmo única e exclusiva! "A sala de aula é lugar imaginário. Lugar onde se tece a elaboração do eu e do outro" (Casemiro Campos, Univ. Fed. Ceará). E que lugar maravilhoso pode e deve ser a sala de aula, onde há tantos encontros, felizes e tristes, a compor a história de nossa

Epitáfio: Descanse em paz ou já vai tarde?

Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais Até errado mais Ter feito o que eu queria fazer Queria ter aceitado as pessoas como elas são Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar... Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Devia ter me importado menos Com problemas pequenos Ter morrido de amor Queria ter aceitado a vida como ela é A cada um cabe alegrias e tristezas que vier O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar... Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Composição de Sérgio Brito As vezes olho pela janela do carro em movimento e tenho a impressão de que a vida também está transcorrendo no ritmo acelerado das paisagens pelas quais estou passando. Nesses momentos me pergunto se o rumo que tenho dado a minha existência é aquele que de

Vidas no Lixo

  Grazielle e Crisleide. Meninas de 14 e 10 anos respectivamente. Catam lixo pelas ruas de São Paulo. Vendem a sucata que tem algum valor e, com isso, ajudam a família com as contas de casa. Fazem parte de uma prole de 8 filhos que será aumentada com mais dois por conta dos gêmeos esperados por sua mãe. Estudam, no entanto, algumas vezes por semana matam aulas para poder catar. Saem cedo de casa, sem se alimentar e, por isso, muitas vezes consomem produtos que encontram nos sacos de lixo que vasculham. Leandro, de 18 anos, se junta a esta dupla. Ele também cata lixo. Diz que as vezes faz bicos como ajudante de pedreiro ou de eletricista. Fala que já trabalhou como empacotador de supermercado. Olha para o lixo como fonte de renda e, ao mesmo tempo, como local de onde vem seu alimento diário. Vê o lixeiro e sucateiros motorizados como concorrentes. Está atrasado nos estudos, mas reconhece que na escola reside alguma possibilidade de melhorar a vida... Burlando por co

E agora, João?

E agora, João? O crédito do celular acabou Não deu tempo de falar Tudo o que era preciso Tampouco tive coragem de dizer O que a vida significa sem você O vazio que se estabelece em sua ausência O medo que por vezes  ronda o meu coração e me tira o sono E agora, João? O que fazer se há inflação ou ainda se a corrupção continua e cresce sem que nada aconteça Se as pessoas tanto trabalham que nem ao menos tem tempo para si mesmas muito menos para os seus filhos, amigos, pais... Como viver neste mundo Em que o dinheiro é o principal valor e força motriz a nos mobilizar ou motivar Onde entra a solidariedade, E o tempo da amizade, Ou ainda, quando chegaremos a felicidade? E agora, João? Neste mundo em que ter é mais que ser O que fazer para reverter este quadro Como ensinar para nossas crianças o que de fato faz valer... O abraço, o carinho, o aconchego, A solicitude, a fraternidade, a alegria das coisas simples E tudo o mais que sempre prezamos Cadê o tempo para no domingo passa

Breves reflexões sobre o ser...

O celular toca. Atendo. Perguntam quem é... Fico estático, sem palavras, penso em falar meu nome, mas a dúvida me faz ir além daquilo que está gravado em minha carteira de identidade... Parece que quero mais, preciso saber além daquilo que me identifica perante a humanidade, da escolha de meus pais quando foram ao cartório para me batizar... Quem é, afinal, este ser? O que represento, por onde ando, quais são meus pensamentos? O que já fiz, de bom ou ruim? De que modo contribuo para o amanhã? Estou por aqui apenas de passagem ou fica alguma coisa para depois? O que trago de meus pais? O que lego a meus filhos? De repente, do outro lado da linha, alguém continua a perguntar por mim... Cansado de esperar, desliga... Com ele, desligo também destes breves questionamentos e volto ao mundo... Ainda sem saber ao certo quem sou, mas sem muito tempo para isso agora... Por vezes pareço perder a esperança de que as coisas mudem para melhor, como se estivesse vivendo momentos de descrença, de

Articular o pensamento...

A articulação do pensamento nos pede tempo. A reflexão demanda o cruzamento de dados, informações. A análise ponderada não acontece dentro dos milésimos de segundo que o processador de um computador utiliza para disponibilizar conteúdos. O cérebro humano, condutor de todas as nossas ações, precisa preparar-se para toda e qualquer fala, a quantidade de movimentos engendrados por uma pessoa quando se pronuncia é muito difícil de ser calculada. E há aqueles que pensam que tudo isso é tão simples quanto apenas abrir a boca... No mundo de hoje as pessoas falam tudo o que pensam e, em muitos casos, não se preocupam com a qualidade e a coerência quanto ao discurso pronunciado. É preciso rever esta prática e propor que nossas participações sejam fruto da reflexão, com o surgimento de discursos articulados, melhorando nossa relação com o tempo, dando-nos a necessária e preciosa calma para que ecoem nossos pensamentos, respeitando também as particularidades de cada indivíduo, ou seja, o tempo

Da morte não tenho lembranças...

Da morte não tenho lembranças... Tive contatos esporádicos com ela e por motivos vários, os quais não quero compartilhar, guardei distância, tanto no que é mais consciente quanto no inconsciente de meu ser. Sei que significa perda. Associo igualmente a chama que se apaga. Penso também que sua chegada prenuncia o fim. Mas que final é esse? Para onde vamos? Será que vamos a algum outro lugar? Na dúvida, penso que é preciso viver, com intensidade, tudo o que há para se viver, antes que o sol se ponha... Viva enquanto há tempo. Cada minuto que temos é valioso. Matéria-prima fundamental que se esgota, em determinado momento se extinguirá por completo e nosso ciclo estará fechado. E o que você está fazendo de sua vida? É o que realmente quer? Está levando adiante seus sonhos? Ou vive um cotidiano que oprime, baseado nas realizações de outros? Será que já morreu em vida e não percebeu, porque também há esta possibilidade, ou seja, que a morte chegou mais cedo do que pensava e

Transparência política: Os fins justificam os meios?

Conversando com alguns amigos no final de semana, falávamos sobre política, ouvi de alguns deles que não tinham grandes expectativas quanto a mudanças reais em relação ao quadro atual: Denúncias de corrupção todas as semanas nos jornais,  sistema de saúde com índices de investimento comparados aos de nações africanas, educação com alguns dos piores índices mundiais, obras prioritárias atrasadas, ruas e estradas esburacadas... Argumentando sobre o assunto, expus a ideia dentre nós surgisse um grupo politicamente ativo e engajado para concorrer em próximas eleições. Disse-lhes que unidos e com projetos sólidos, embasados por um estudo prévio da realidade local, definindo antecipadamente ações a serem tomadas, estudando o orçamento, antecipando as responsabilidades quanto a uma nova equipe de governo, visitando os bairros, conversando com os eleitores e sem que compromissos mirabolantes ou eleitoreiros fossem assumidos, poderíamos fazer algo de diferente na política local... Ao que con

Por um mundo com mais praças, jardins, flores e encontros...

Lugares comuns, daqueles em que as pessoas se encontram com regularidade, já não são tão comuns assim... A propósito, até o ato de se encontrar, de forma espontânea, legítima, ao acaso, como ocorria com alguma frequência há algum tempo atrás, já não é tão usual... As pessoas se encontram sim, motivadas por necessidades e interesses, perdeu-se um pouco do charme, encanto e graça do encontro casual. Tudo hoje parece irremediavelmente ligado a algum tipo de compromisso, negócio ou propósito, tem que haver alguma "utilidade" nos encontros... Será que a vida assim não perdeu um pouco de sua naturalidade e alegria? Sinto que o mundo precisa de mais praças, jardins, flores e pessoas a se encontrar sem que para isso tenham algum propósito produtivo ou interesse em particular. Que estes encontros sejam reais e não intermediados por máquinas, bits ou bytes. Não é possível abraçar alguém pelo computador. Não dá para sentir o prazer de uma conversa fiada olhando para a tela, mesmo que

Consumo, logo existo... O que estamos ensinando para nossas crianças?

Hoje no mundo impera uma lógica diferente daquela que se consagrou com o filósofo racionalista René Descartes, célebre pela afirmação "penso, logo existo". O que prevalece, infelizmente, é o "consumo, logo existo", que se concretiza no comprar, ter ou possuir. E tem muita gente que, ironicamente, "comprou esta ideia", ou seja, crê que para ser é preciso ter... (E o que estamos ensinando para nossas crianças agindo dessa forma?) Durante algum tempo de minha vida cheguei a pensar, como muitas pessoas, que ter carro era um luxo... Hoje tenho certeza que realmente não posso prescindir mesmo é de saúde, amigos, família, amor... E que o maior luxo, aquele que não podemos deixar de aproveitar, é o tempo que temos pela frente para que o que é verdadeiramente imprescindível não escape por entre nossos dedos! A educação que transforma, que revoluciona, que instiga (provoca mesmo), que gera curiosidade, que é ética, que é cidadã, que vê o aluno como o homem ou m

O que é o amor?

O amor é tema de poetas, músicos, artistas da mais variada estirpe. Também os cientistas se debruçam sobre o tema. Todos querem entender, afinal, o que é o amor. Há muita confusão, diferentes interpretações, erros de conceito... Existem aqueles que pensam ser um sentimento profundo e único, mas há também os que associam o amor a paixão ou a sexualidade. As opiniões divergentes não impedem, no entanto, que as pessoas continuem vivendo, cada qual do seu jeito, aquilo que pensam ser o amor... O amor só existe entre os seres humanos. É um conceito e, ao mesmo tempo, é realidade, concretude. Existe na relação íntima e se configura naquilo que sentimos por nossos pais, irmãos, filhos, amigos... Ainda que seja apenas uma ideia que criamos para retratar, descrever ou nos permitir a compreensão de algo que é muito complexo e que mexe com nossas existências de modo tão profundo, o que é certo é que para a humanidade é impossível viver sem o amor! Obs. Falo sobre o amor porque o encontrei numa

Bin Laden, os Estados Unidos e o caminho dos fracos...

Olho por olho, dente por dente... Assim apregoava a Lei de Talião, na Antiguidade... A lei de então defendia a ideia de que devemos retaliar em medida semelhante aos prejuízos a nós causados por um infrator. Chegamos ao século XXI tendo igual prática imperando entre nós como pudemos ver nessa caçada e retaliação impetrada pelos Estados Unidos e aliados a Osama Bin Laden, a Al Qaeda e ao terrorismo internacional. Não que seja possível articular qualquer defesa aos atos terríveis e as inúmeras mortes causadas por Bin Laden e demais terroristas no 11 de Setembro de 2001 ou em outros atentados, mas o pagamento em semelhante moeda numa época em que se fala tanto em civilidade, avanço, prosperidade, direitos humanos... Não é um contrasenso? Não é dito popular que violência gera violência? A violência é o caminho dos fracos. Nossa luta deve ser pela paz, hoje e sempre. As dúvidas sobre tudo o que aconteceu permanecerão enquanto não prescreverem os fatos ou morrerem seus protagonistas.

Breve Manifesto pela Tolerância

  O mundo é belo por conta de toda a diversidade que nele vemos, todos os dias, pelas ruas. Somos brancos, negros ou amarelos. Professamos o cristianismo, o judaísmo, o budismo, o islamismo ou ainda outras religiões. Há Mulheres, homens e homossexuais. Crianças se misturam com adolescentes, jovens, adultos e idosos. Somos altos, de média estatura ou baixos. Existem os obesos, aqueles que estão um pouco além do peso, os que conseguem se manter de bem com a balança e os magros. No final das contas é tudo isso que garante ao mundo toda a graça e interesse. Já imaginaram como seria a Terra se todas as pessoas fossem iguais? Seja alto ou seja baixo, cabeludo ou careca, gordo ou magro, negro ou branco, homem ou mulher, somos todos seres humanos e, por conta disso, passíveis de respeito e consideração. Diferenças físicas, culturais, étnicas, sociais, econômicas, de origens... Nada faz diferença real, o imprescindível é perceber que fazemos parte de uma mesma espécie, que habitamos um mesmo

No dia das mães, uma flor...

Uma flor, expressão singela, doce, suave e plena da beleza, do carinho e do amor. Uma mãe, terna criatura, que devota toda a sua força e amor por seus filhos, sua família. Associar as flores às mulheres em geral e, as mães em particular, tem sido o caminho seguro pelo qual trafegam os poetas, os músicos e todos aqueles cuja sensibilidade está à flor da pele.  Declaração de amor maior, ao oferecer uma rosa, um lírio ou margaridas as nossas mães, queremos com isso presentear-lhes com aquilo que estas e outras variedades de flores nos brindam todos os dias, com a beleza suprema, a suavidade, a fragrância, a inocência...  E o mais gratificante em perceber como as flores são realmente expressão daquilo que as mulheres e as mães representam, basta lembrar que são elas as responsáveis pela vida e que fazem tudo isso sem se preocupar com a resposta que terão por este ato supremo de doação, de desprendimento, de dedicação. Celebre e curta o abraço de sua mãe, que envolve e protege, nos colo

Por escolas maravilhosas...

Escolas são lugares maravilhosos. Neles vemos crianças, adolescentes, jovens e adultos interagindo no sentido da construção do hoje e do amanhã. São como jardins, pegando carona nas falas de mestre Rubem Alves, em que a dosagem correta de sol, água, cuidados e carinho nos permitem ver o crescimento, a maturação e a beleza. Sou do tempo em que as escolas eram consideradas praticamente sagradas pelas famílias. O corpo docente era muito respeitado. Suas opiniões e participações devidamente consideradas. Não que constestar não fizesse parte do ambiente escolar, pelo contrário, a escola é para a comunidade atendida e, sendo assim, estava aberta para receber, ouvir, considerar e responder da melhor forma possível aos anseios e necessidades da sociedade. Certamente há, na maioria dos lares, esta consciência e consideração em relação aos educadores ainda hoje. E, deste pensamento, deve surgir uma parceria real em prol do desenvolvimento dos alunos. A ação a se configurar com base neste jeit