Em maio de 2006 visitei a versão atual da casa do futuro apresentada pela Microsoft, em Redmond/WA, sua sede. Todos os cômodos, com absoluta programação para facilitar as relações de trabalho, conforto, segurança e de convívio da família; lazer, serviços de lavanderia, organização de festas, convites emitidos solicitando confirmação, receitas balanceadas de acordo com as necessidades de cada membro da família, além naturalmente, de todas as sincronizações dos aparelhos de som e imagem, até retratos falantes das avós nas paredes... Presenciei a entrada na caverna do futuro, mas sem nenhuma organização de um homem imitando os deuses do lar, mas de um deus que não dá espaço ao homem para imitá-lo. Nesse sentido não é ético. Os deuses se adiantam às necessidades humanas e ditam seus caminhos quase tragicamente, não havendo espaço para o drama – a dimensão histórico-teatral da vida. O ser humanizado perde completamente seu espaço deixando a um demiurgo exterior a si definir-lhes as necessi
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