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Mostrando postagens de agosto, 2010

Política e Verdade: Incompatíveis?

Precisamos de mais povo nas ruas, de mais engajamento e participação,  de envolvimento com a política não apenas em períodos eleitorais,  de fiscalização do poder público, de lutas e demandas sociais! Pergunto logo no título aquilo que intriga a tantos brasileiros (e cidadãos de outras nações igualmente, em maior ou menor grau): Política e Verdade são incompatíveis? A primeira vista a resposta seria (ou deveria ser): NÃO! (Em letras maiúsculas e negrito, de forma pronunciada, para revelar até certa indignação em relação a quem questiona).  Política refere-se ao todo de movimentos e ações, atos e pensamentos que engendramos durante nossas vidas, não apenas no espaço político-partidário propriamente dito, mas também quando negociamos e tentamos chegar a consensos e termos que sejam igualmente satisfatórios ou bons para quem está envolvido nas discussões em todos os espaços em que vivemos. Serve e aplica-se as relações familiares, de trabalho, no esporte, no lazer, no trânsito... E, é cl

O "X" da questão (nas eleições)

Não mais votamos anotando "X" em cédulas de papel, é verdade. As urnas eletrônicas estão presentes em nosso cotidiano eleitoral desde a última década. O Brasil já é exemplo de votação organizada, com a utilização inteligente dos recursos tecnológicos há algum tempo. Se no campo da realização dos pleitos eleitorais estamos dando lições para o mundo todo, cabem questionamentos quanto ao teor de nossas opções quando digitamos os números dos candidatos que escolhemos... E não falo aqui somente das escolhas individuais, mas daquelas que expressam a vontade da maioria da população, das que definem quem serão os próximos governantes. Claro que cada escolha individual orienta e define, no cômputo final, os vencedores, nesse interim, portanto, esta breve reflexão traz divagações sobre como votamos hoje e de que forma isso interfere em nosso futuro e também no das gerações vindouras. Há um termo derivado da economia que cabe bem nesse momento para entendermos o poder e a necessidade de

Porque votar no Tiririca...

Tiririca... Daria pra votar nele só pelo nome, engraçado como é... Mas nome não é motivo para que você entregue, de bandeja, uma das maiores responsabilidades e direitos atribuídos a um cidadão, seu voto... Poderia votar nele porque é uma celebridade, veio do mundo do espetáculo, aparece (ou pelo menos costumava aparecer) na televisão, ao lado de tantos famosos, ele também uma variação deste universo... Daria pra votar nele porque ao menos parece sincero quando diz que não sabe o que um deputado faz, mas isso não deveria ser um pré-requisito, ou seja, saber porque você está se candidatando a uma vaga na Câmara ou no Senado? Conhecer as atribuições do cargo pretendido? Os partidos se preocupam com isso ou é tudo somente jogo de cena? Aparentemente o jogo político é apenas piada para muitos, inclusive para as legendas partidárias (todas elas!) que em algum momento franqueiam seu espaço para os "Tiriricas" da vida... Votar no artista, misto de palhaço e músico, talvez significas

O Prazer de Aprender a Aprender: Entrevista com o Autor.

Obs: Clique no Convite para maiores informações sobre o  lançamento do livro "O Prazer de Aprender a Aprender". Qual é o conceito que você gostaria de passar com o livro? JL - O livro procura despertar o leitor, especialista ou leigo, para a educação significativa, ou seja, para uma visão de escola em que o aluno e o professor sejam parceiros no processo de construção de conhecimentos. Para tanto, valoriza idéias, através de mais de 30 textos, que ensejam uma educação consciente de seu papel, clara e cristalina tanto para quem ensina como para quem aprende, engajada social e politicamente, afeita e aliada das artes, ciente do novo cenário sócio-econômico e cultural em que está sendo erigida dia após dia... Creio que a educação que é trabalhada de forma prazerosa e que se orienta não apenas para a concessão de conteúdos (também para este fim), facilmente acessíveis graças as modernas mídias e tecnologias, mas principalmente para o aprender a aprender, que gera autonomia, criat

O Prazer de Aprender a Aprender: O que significa?

A Unesco, através de Jacques Delors, na obra “Os Quatro Pilares da Educação”, definiu a partir do final do século XX, que entre os princípios elementares que devem orientar a ação pedagógica inclui-se, como sustentáculo, o aprender a aprender. É muito mais do que o jogo de palavras nos permite compreender, pois redefine no âmbito educacional as diretrizes e os parâmetros que, literalmente, dão o norte e estabelecem o rumo da educação no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Não há, certamente, como concretizar esta mudança da noite para o dia. Implica revisões e atualizações que devem promover uma verdadeira revolução nas salas de aula. Não se trata de uma revolução que possa acontecer, como poderia se esperar, por decreto. Sendo assim, sua consolidação vem aos poucos, silenciosa, adentrando escola atrás de escola, chegando aos gestores e aos professores, sendo propagada entre os alunos e funcionários, saindo do âmbito escolar e, mesmo, atingindo o tecido social… Aprender a aprender é mu

Lugares comuns...

Lugares comuns, daqueles em que as pessoas se encontram com regularidade, já não são tão comuns assim... A propósito, até o ato de se encontrar, de forma espontânea, legítima, ao acaso, como ocorria com alguma frequência há algum tempo atrás, já não é tão usual... As pessoas se encontram sim, motivadas por necessidades e interesses, perdeu-se um pouco do charme, encanto e graça do encontro casual. Tudo hoje parece irremediavelmente ligado a algum tipo de compromisso, negócio ou propósito, tem que haver alguma "utilidade" nos encontros... Será que a vida assim não perdeu um pouco de sua naturalidade e alegria? Sinto que o mundo precisa de mais praças, jardins, flores e pessoas a se encontrar sem que para isso tenham algum propósito produtivo ou interesse em particular. Que estes encontros sejam reais e não intermediados por máquinas, bits ou bytes. Não é possível abraçar alguém pelo computador. Não dá para sentir o prazer de uma conversa fiada olhando para a tela, mesmo que al

Seu voto, sua vida...

Juliano queria muito aquele emprego. Havia se preparado para a dura concorrência que teria pela frente. Estudara dias à fio. Sabia que era, literalmente, uma questão de vida ou morte. Só sobreviveriam no rigoroso sistema de seleção aqueles que preenchessem todos os pré-requisitos. E lá estava ele, no dia certo, na hora marcada. Eram aproximadamente 500 pessoas pleiteando a vaga em questão, com salários iniciais na cada dos 10 mil reais, uma verdadeira fortuna para ele e todos os demais. Fizera uma boa faculdade. Terminara o curso de inglês. Foi perseverante e fez os necessários módulos de informática. Conhecia bem a legislação. Tinha um bom controle de si mesmo para enfrentar dinâmicas, por mais malucas que fossem, e também entrevistas de trabalho. Percebera que havia outros como ele, mas confiava plenamente em suas habilidades. Era competente mesmo. Quando foi chamado, respondeu prontamente as perguntas, demonstrando segurança. Percebeu que o entrevistador ficou impressionado com ele,

Manifesto pela Educação, Diálogo, Tolerância e Bom Humor

O que perdemos ao agir de forma tolerante, respeitosa e educada? Absolutamente nada. Não há prejuízos, pelo contrário, a tendência é sempre a de que ganhemos, em contrapartida, no mínimo o respeito das pessoas com as quais estamos nos relacionando. Conheço pessoas que podem retrucar respostas como "bom dia por quê?" ao serem cumprimentadas. Estão sempre de mau humor, insatisfeitas com o mundo ao seu redor, amargas demais para entender o quanto significa estar vivo, ter saúde, poder trabalhar, possuir amizades... Temos que fazer campanhas em prol da tolerância e do bom humor. Não podemos permitir que nossos ambientes domésticos, de trabalho ou estudo sejam contaminados pelo negativismo ou ainda por rancor, infelicidade, discriminação ou falta de respeito. Dialogue com as pessoas. Guarde tempo para conversar com sua família. Reserve espaço para os amigos. Visite seus avós e pais com freqüência. São essas pessoas que irão estar em sua memória quando a existência nessa terra esti

O dia em que me percebi dinossauro... (Ou O Moderno Rip Van Winkle)

Rip Van Winkle... Você conhece esse nome? Não? Pois é, trata-se do personagem principal da célebre história em que ele dorme por cem anos e, quando acorda, ao olhar ao redor, nada conhece, ninguém encontra e se sente certamente perdido como nunca. Você já imaginou isso? Adormecer por tanto tempo e, ao despertar, ao abrir os olhos, ver como o mundo modificou-se? E se isso realmente acontecesse, fosse possível? E se isso estivesse acontecendo nesse exato momento e ocorresse com você? E se para isso tomar forma nem ao menos fosse preciso que você adormecesse, mas que estivesse de olhos bem abertos (aparentemente, é claro) mas sem a real percepção de que tudo está mudando tão rápido... Pior do que simplesmente imaginar é dar-se conta de que tais coisas acontecem mesmo, de forma muito mais frequente do que pensamos e que, nesse exato momento você pode estar passando por isso... Pois foi assim que, de repente, me dei conta de que estava me tornando um dinossauro, um ser em extinção, uma espé

Lançamento do livro "O Prazer de Aprender a Aprender"

Obs. Clique no Convite para ampliar a imagem. Bate-papo com o autor Prof. Dr. João Luís de Almeida Machado Membro da Academia Caçapavense de Letras Data e Horário: 21/08/2010 (Sábado) - 11 horas Local: Literacia - R. República do Líbano, 291 São José dos Campos - SP - Tel: (12) 3204-7742 Obs.: Logo após o lançamento, na hora do almoço a Literacia estará realizando uma deliciosa feijoada com roda de chorinho (entre em contato pelo telefone 12-3204-7742 para reservas)

Posse na Academia Caçapavense de Letras, 31 de Julho de 2010, Artigo do Jornal de Caçapava

Obs. Para melhor visualização da matéria, clique nas imagens para ampliação. Fonte: Jornal de Caçapava, ed. 985, Semana de 06 a 12/08/2010

O Custo da Ignorância

"Quem acha que a educação é cara, não conhece o custo da ignorância". (Cláudio Moura Castro - Economista e Consultor da Unesco) Nada mais condizente com a realidade da educação, necessitada de constante investimento, quanto à frase do economista Cláudio Moura Castro. Acreditar e realizar em educação custa tempo, disposição, dinheiro e, acima de tudo, paixão. Uma vez tendo embarcado nessa grande área de atuação, dificilmente os profissionais conseguem deixá-la de forma impune. Todos aqueles que realmente se envolvem com a área desembolsam muito mais do que tem (e não me refiro aqui a dinheiro), dispendem horas preciosas de suas vidas atrás de novas fórmulas, investem em projetos que acreditam poder reformular a educação e resolver diversos problemas constatados, sonham de olhos abertos, diante de seus alunos e colegas, da comunidade escolar e da sociedade. Muitas vezes somos acometidos da sensação de fracasso ou de frustração; tantas outras, nos sentimos realizados por conferi

Presente de Pai

A mão grande estendida em minha direção me chamava: Vamos filho, é hora de levantar, ir para a escola. Não era somente o tamanho que se destacava, a força dela proveniente era igualmente impressionante para mim, a nos guardar, proteger e orientar. A voz grave, que podia também se transformar num cântico ou história agradáveis quando necessário também marcou minha infância, assim como a de meus 3 irmãos. Apesar da barba e do bigode sempre presentes, o que poderia dar-lhe um aspecto de severidade ou mesmo fazer com que aparentasse ser bravo, nosso pai sempre preferiu o diálogo, a palavra, o bom-humor como respostas as traquinagens que vez por outra um de nós aprontava. Sabia a hora certa de cobrar, assim como de confortar, de acalentar, de se mostrar amigo ou mesmo de endurecer a conversa. Como dizia um célebre revolucionário que se assemelha a meu pai por conta de sua barba e bigode onipresentes, não perdia a ternura jamais, ainda que por vezes viessem os puxões de orelha, literalmente

O Homem Virtual

Alfredo era um sujeito pacato. Daqueles que tem poucos e bons amigos. Saia com eles para bater papo, tomar um chopp, jogar bola de vez em quando e até mesmo para algumas paqueras. O passar do tempo não afastara ninguém da turma. Nem mesmo as namoradas, que acabaram se tornando esposas, fizeram com que Alfredo, o único que permaneceu solteiro, se mantivesse distante de seus chapas. Pelo menos uma vez por semana eles estavam juntos. Essa amizade começou, no entanto, a sofrer alguns pequenos desfalques depois de tantos anos de fidelidade. Começou com o Pablo. Faltou uma primeira vez, depois voltou. Fez-se ausente uma semana para a frente, mas ainda assim retornou. Quando o próximo mês entrou, não se viu mais aquele companheiro.  Como se fora uma febre, o mesmo aconteceu com o Marcão, o Arnaldo e o Mariano. Todos, um a um, abandonaram o barco. No princípio Alfredo pensou que talvez fossem as esposas de seus grandes amigos, os filhos que alguns já tinham, quem sabe até o trabalho, os fatore