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Mostrando postagens de março, 2012

Problemas, adeus!

Lá no Fundo fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de ver nosso problemas resolvidos por decreto. A partir desta data, aquela mágoa sem remédio é considerada nula e sobre ela - silêncio perpétuo. Extinto por lei todo o remorso, maldito seja quem olhar pra trás, lá pra trás não há nada, e nada mais. Mas problemas não se resolvem, problemas têm família grande, e aos domingos saem todos passear o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas. Paulo Leminski (Poeta Curitibano, Paranaense e Brasileiro) Problemas adeus! Está decretado que a partir de agora ninguém os terá. Apague-os de sua vida. Não há mais dores de cabeça. Nem mesmo aquelas que temos que combater com analgésicos. Dores e dissabores foram abolidos da face da Terra. Se você está preocupado com uma dívida, doença, batida de carro, nota baixa na prova ou com o computador que está dando pau... Esqueça! Resolveu para você? Ótimo então. Mas será que

Chega de levar vantagem em tudo, é preciso fair play no futebol brasileiro

Nos anos 1970 ficou famoso um comercial de TV estrelado pelo craque Gérson, da Seleção Brasileira tricampeã do mundo no México. Divulgava um cigarro e marcou época por conta da seguinte frase de Gérson: “É para quem gosta de levar vantagem em tudo”.  Emblemático sinal daquilo que acontece dentro das quatro linhas e também nos bastidores do futebol brasileiro. “Levar vantagem em tudo” virou sinônimo de esperteza, malandragem e capacidade de enganar os outros.  Em 2005, por exemplo, tivemos a Máfia do Apito, que levou a CBF, após denúncias apuradas pelos meios de comunicação, a cancelar jogos, suspender juízes e reorganizar o campeonato brasileiro durante seu andamento. Os árbitros estavam recebendo propina para direcionar resultados das partidas.  Em 2012, a apenas 2 anos do início da próxima Copa do Mundo, a ser realizada no Brasil, o presidente da CBF, alegando problemas de saúde, renuncia ao cargo. Foram 20 anos no poder. Ao cair fora na reta de chegada de um dos mai

O Brasil e seu Planeta Futebol

“Penalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do clube”, já dizia o “filósofo” do futebol, Neném Prancha. A frase apresenta a qualquer estrangeiro o que significa para o brasileiro este esporte. Organizar uma segunda Copa do Mundo, a ser realizada em 2014, é um desafio e uma questão de honra no país.  País que trouxe ao mundo craques do mais alto nível, como Pelé, o rei do futebol. E que, ao mesmo tempo, viu seus torcedores chorarem por derrotas memoráveis, como em 1982 na Copa da Espanha ou na derrota para o Uruguai, em 1950.  Este esporte é tão profundamente arraigado na cultura nacional que o jornalista Armando Nogueira afirmou: “Nosso povo não canta o hino no dia 7 de setembro (Independência do Brasil), mas sim quando a Seleção joga”.  De Pelé a Neymar se passaram muitos anos. Problemas de organização ainda persistem. O futebol mudou bastante. Deixou seu ritmo mais cadenciado e tornou-se verdadeira maratona para os atletas. Nos anos 1970 e 1980,

Companheiros de viagem

Todos os dias tenho como companheiros de viagem pessoas que me fazem pensar em assuntos diversos a respeito dos quais tenho sempre bastante interesse. Trazem argumentos, histórias, fatos, dados e até mesmo ilustram de forma bem interessante aquilo que apresentam. Me permitem fazer viagens em minha mente na busca de conexões, contraposições, ideias anteriores a respeito destes assuntos. Provocam-me no meu íntimo a apresentar também os pensamentos e experiências que acumulei ao longo desta intensa e rica experiência que é a vida. São autores de livros que estou lendo pela primeira vez ou revendo e que, na estrada a percorrer até o trabalho, tornam o trajeto muito interessante e enriquecedor. Desde que comecei neste meu novo endereço profissional já estive em contato com Peter Drucker e suas teorias clássicas e sempre atuais quanto a administração, troquei ideias com Gail Martin a respeito das redes sociais, embarquei nas caravelas que cruzaram o Atlântico e vieram para a Améri

Manifesto pela Infância

Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a volta e meia, meia volta vamos dar... Quem consegue esquecer esses versos tão singelos e vívidos que animaram a infância de gerações de brasileiros de norte a sul do país? E se cantássemos O cravo brigou com a rosa? Que tal Escravos de Jó ou ainda Fui à Espanha? São apenas alguns exemplos de músicas que foram celebrizadas a partir da voz doce e suave de nossas mães ou avós, das professoras da educação infantil ou dos primeiros anos do ensino fundamental e que fazem parte do rico acervo cultural brasileiro. Cantigas de roda que embalavam brincadeiras e que, ao mesmo tempo, ajudavam a melhorar a comunicação, a entender um pouco do Brasil ou mesmo a escrever e ler com maior precisão e qualidade. E as novas gerações de famílias e professores, estão a par dessas cantigas? Será que as nossas escolas de educação infantil ainda utilizam tais músicas? Quantas dessas canções são ainda cantaroladas para as nossas crianças em sala de aula?

Dialogando com Sócrates: Por onde você andou? Para onde está indo?

"Fedro, meu amigo! Por onde você andou? E para onde você está indo?"  [Sócrates, em "Fedro", de Platão] Parecem tão banais e corriqueiras as frases proferidas pelo filósofo grego Sócrates, não é mesmo? Mas olhe além daquilo que elas trazem de mais imediato. Pense em como podem expressar também o sentido da construção do ser, em andamento, dentro daquilo que chamamos de passado, presente e futuro.  Ao se dirigir a Fedro, com quem posteriormente trava diálogo mais alongado sobre as relações entre as pessoas, Sócrates lhe pergunta por onde andou. Num primeiro momento podemos pensar nisso como sendo apenas um questionamento acerca daquilo que se passou mais proximamente no tempo com Fedro. É o que a maioria das pessoas pensaria. Mas caminhe na direção de um andar mais para trás no tempo... Pense em todas as andanças da vida até o presente momento. Vá conectando os pontos, como Steve Jobs pediu aos universitários de Stanford que fizessem e, com isso, descubra-se. Per

Em tempos de vacas magras e problemas: Breves reflexões

Nenhum problema é tão grande que não possa ser resolvido, exceto a morte, como sempre me lembram alguns. E, dizem os sábios, os problemas são oportunidades para a superação, aprendizado e preparação para um amanhã melhor. Nunca se esqueça disso e, quando tiver algum dilema pela frente, tome fôlego, estufe o peito, tenha coragem, analise bem a situação, conte com seus aliados e vá em frente para resolver da melhor forma possível! Não tente resolver todos os problemas do mundo. Faça uma coisa de cada vez e atue de acordo com as suas possibilidades. Não se sobrecarregue, há o risco de explodir e botar muito a perder. Peça ajuda. Conte com os amigos e pessoas que ama. Se sentir-se sobrecarregado, tire pesos de seus ombros e permita-se relaxar. O cansaço causa um desgaste grande e se não nos dermos oportunidade de dar ao nosso corpo o descanso que precisa e merece, é mais que esperado que não aguentemos. Para não se ferir ou magoar os outros, estabeleça com clareza quais são os limites a

O dia em que eu morri...

Interiorano legítimo como sou, da cidade simpatia (Caçapava - SP), localizada no Vale do Paraíba, onde toda a família tem raízes e na qual também os familiares da esposa fazem sua história, há algum tempo, quando ainda morava por lá, e por um infortúnio familiar, começou a circular a notícia de que eu teria morrido... Professor como era (e ainda sou), com anos de atuação e muitos alunos na conta final, contando com a estima e consideração de vários, além de que também minha esposa atua na educação e todos de sua escola igualmente me conheciam, tudo aconteceu quando do falecimento de um primo, pessoa pela qual tínhamos consideração e carinho. Morreu de um jeito triste, num acidente do qual poderia ter saído sem maiores problemas se estivesse usando o cinto de segurança. Não foi assim, era sua hora, deve ter cochilado ao volante e despediu-se da vida de forma precoce, quando ainda tinha seus 37 anos de idade.  Correria na família: comunicar a todos, encomendar o enterro, esperar a lib

Você e a tecnologia: Para repensar esta relação...

Durante os anos que passei como editor de um portal de educação costumava dizer para meus colegas responsáveis pelo funcionamento, atualização e design de nossa página, todos eles não apenas profissionais da área tecnológica, mas também fascinados por ela, que em algum momento teria que puxá-los pela perna de dentro das telas de seus computadores tanto era o movimento de "entrada" que faziam em relação as ferramentas com as quais trabalhavam. Figura de linguagem, o "mergulho" ou "entrada" tinha um custo, e não me referia apenas as horas dispendidas ali, diante do computador, plugado na internet ou das consequências da inatividade física, que sacrifica os músculos, a coluna, as pernas e tudo o mais. Havia (e há) uma perda maior que se refere a autonomia, aos contatos humanos não intermediados pela tecnologia e a própria capacidade de pensar de forma profunda e refletida sobre o que acontece ao nosso redor. Estamos no mundo e não estamos, imersos em um un

Pensamentos breves sobre escolas e professores

Pensar na escola como sendo um lugar que pode gerar uma transformação tão grandiosa que ultrapasse os limites espaciais da vida de um estudante... A escola deve ser um ambiente proporcionador de possibilidades de aprendizagem, deve permitir aos educandos o acesso ao conhecimento, deve fazer com que a relação estabelecida entre os estudantes e o que a eles é oferecido por cada matéria seja sedimentada pela curiosidade (pelo estímulo, pelo prazer), deve ser um ambiente que permita a participação e a interação (a troca de experiências entre os alunos e os professores), deve promover projetos e práticas que envolvam os alunos coletivamente... Incentivem seus alunos a olharem com mais atenção para o mundo e para as coisas que acontecem ao redor deles. Peça-lhes que olhem mais para os outros, para que aprendam mais com aquilo que é a vivência de outras pessoas. Uma vez tendo embarcado nessa grande área de atuação, dificilmente os profissionais conseguem deixá-la de forma impune. Todos aq

O Fardo

A vida pode ser um fardo se você assim definir... - Acordar pode ser ruim se você pensar somente que isso significa sair da cama; - Arrumar a mesa e passar o café é só trabalho se assim você considerar; - Pegar o ônibus, caminhar ou ir de carro para o trabalho ou para a escola pode ser desagradável e cansativo se seu pensamento for esse; - Trabalhar é desagradável em muitos sentidos (os colegas, o serviço, o ambiente, o salário...) se somente o dinheiro e a necessidade te levam a esta realização; - O cachorro ou o gato de estimação são somente despesa ou mais o que fazer se não há sentimento pelo animal; - Cuidar dos filhos ou estar com o cônjuge também pode ser desagravo e desilusão se esquecemos tudo o que nos levou a eles; Não abra mão da sua vida, olhe para o que tem de forma diferente, transforme suas experiências ao percebê-las a partir daquilo que tem de bom. - Acordar é uma benção, significa vida, um novo dia que temos diante de nós; - O café da manhã é uma oportunid

Declaração de amor ao nosso filho de 16 anos: Feliz aniversário João Vitor!

Há 16 anos tive meu primeiro encontro com aquele menino. Abençoado, veio ao mundo de mãos abertas, como que querendo abraça-lo e também como se quisesse nos envolver em seus braços. Pequeno como era (nasceu de 8 meses, com 2,6 quilos e 51 cm), demos a ele um nome que unia uma homenagem ao pai e ao avô paterno a um segundo nome que a mãe havia carinhosamente escolhido para ele: João Vitor. Desde então só podemos agradecer a Deus por ter nos enviado ser humano tão especial. Quando estava na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental queria defender todo mundo que achava injustiçado de alguma maneira. Era comum tomar a frente e ir a diretoria reclamar se alguma coisa não estava de acordo para algum colega que por timidez ou insegurança não ousava fazer isso. Queria ser paleontólogo, curtia muito os dinossauros. Adorava os livros que líamos para ele e para sua irmã menor, a Thaís. Fez amigos que estão ao seu lado até hoje, como o Lucas Yano, o Diego Felipe de Souza e