Pular para o conteúdo principal

Brasil: O país campeão mundial de violência e mortes


“O que é Violência? De modo geral, define-se como sendo o uso de palavras ou ações que machucam as pessoas. É violência também o uso abusivo ou injusto do poder, assim como o uso da força que resulta em ferimentos, sofrimento, tortura ou morte. (Disponível em http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/violencia/violencia.html)

“A violência, seja qual for a maneira como se manifesta, é sempre uma derrota” (Jean-Paul Sartre)

Observe a seguir os números publicados por pesquisas e divulgados pela grande mídia quanto a violência no Brasil:

Mortes causadas por policiais
Brasil 11.197 x EUA 11.090

Inicialmente os números seriam muito parelhos a não ser pelo fato de que, no caso brasileiro, as mortes relatadas referem-se somente aos dados oficiais publicados e localizados entre os anos de 2009 e 2013, enquanto as mais de 11 mil mortes ocasionadas por oficiais norte-americanos ocorreram ao longo de um prazo um pouco maior, tendo ocorrido em 30 anos!

Morreram, em média, 6 pessoas por dia a partir da ação da polícia brasileira, ao longo dos 5 anos mensurados na pesquisa.

Diariamente no país são registradas mais de 150 mortes em decorrência da violência. Não estamos em guerra, mas os números brasileiros são superiores aos de conflitos belicosos em andamento hoje no mundo, em regiões como o Afeganistão, o Iraque ou a Ucrânia.

A implantação de UPPs no Rio de Janeiro, capital brasileira com os piores índices, está permitindo uma diminuição na quantidade de mortes ocasionadas a partir da ação de policiais daquela cidade. São Paulo também experimentou queda expressiva quanto a este dado, caindo de 566 mortes por intervenção das polícias militar e civil para 364 (queda de 36%) nos últimos 5 anos, no entanto houve crescimento de 40% de mortes causadas por policiais em folga da corporação.

Além das perdas humanas, que constituem a maior de todas as tragédias em se tratando do grave problema da violência no Brasil, há os custos decorrentes deste dramático quadro para a nação. Já estamos gastando 5,4% do PIB (o Produto Interno Bruto) com a violência no país, com os números atingindo impressionantes R$ 258 bilhões em 2013. Os investimentos em segurança pública tiveram alta de 8,65% em relação ao ano anterior, ainda assim as mortes continuam.

Aumentar o montante de dinheiro aplicado as políticas públicas de segurança não é, portanto, o único caminho a ser seguido. É preciso pensar os projetos existentes, verificar os pontos a serem corrigidos, examinar alternativas de sucesso no combate a violência em outros países, ampliar a luta contra o tráfico de drogas, controlar de modo mais firme e resoluto as fronteiras para inibir o contrabando de produtos, armas e drogas e investir em prevenção com o uso de treinamentos, tecnologias e recursos para as forças policiais, preocupando-se inclusive em melhorar salários e demais benefícios para quem atua na área, desta forma evitando a necessidade de outras atividades para completar o orçamento ou mesmo o aliciamento por traficantes e outros marginais.

O que é certo, também é que o combate a violência não deve ocorrer somente com o aparelhamento das forças policiais para seu efetivo combate a criminalidade. Dar um fim a impunidade é outro grande e primordial desafio a ser vencido. A aplicação rígida, segura e pontual das leis do país, sem brechas para qualquer tipo de “jeitinho” deve ocorrer, caso contrário nenhuma medida irá de fato fazer com que o Brasil responda mundialmente por 11% dos casos de violência registrados, um recorde negativo que precisamos de qualquer modo apagar de nossas estatísticas.

Trabalhar nas escolas, juntamente as crianças e adolescentes, práticas de maior tolerância, melhor socialização, conhecimento e compreensão das leis, ética e cidadania – são igualmente práticas fundamentais para consolidar um amanhã melhor. Não adianta, no entanto, colocar no currículo apenas, é preciso fomentar estas ações no cotidiano e também que os professores e pais sejam bons exemplos quanto a esta sociedade sem violência. Não adianta pregar a paz, é preciso viver em paz!

Por João Luís de Almeida Machado

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O mito da perfeição

(NARCISO, obra de Caravaggio, Galleria Nazionale d'Arte Antica em Roma) O erro zero, a pessoa infalível, o funcionário ideal, a beleza intocável, a perfeição em forma de gente. Você conhece alguém assim? É pouco provável que a resposta seja afirmativa. Temos uma tendência a buscar até mesmo nas pessoas mais corretas e zelosas do mundo os seus pontos falhos. E normalmente os achamos. Ainda assim há aqueles que tentam a todo o custo atingir um nível tão elevado de acertos que consiga se situar próximo da perfeição. Numa sociedade como a nossa, em que a produtividade é uma meta permanente, o índice de erros tem que ser o menor possível, de preferência, que seja zero. A tolerância das pessoas em relação a qualquer movimento que não seja aquele da eficácia total tende a ser igualmente zero. Com isso criamos situações de intolerância e de desgaste nas relações humanas.  O nível de cobrança passa a ser muito alto. As pessoas começam então a se cobrar, elas próprias, de forma intensa, qu

Dicas valiosas e atualizadas para o vestibular? Fovest da Folha de São Paulo é site aprovado!

Uma das maiores dificuldades pelas quais passavam os vestibulandos era a falta de informações ou o atraso na publicação das mesmas. Com o surgimento da rede mundial de computadores e a sua rapidíssima disseminação em nosso país, vários sites especializados surgiram e permitiram que inscrições, datas de publicação dos aprovados, listas dos estudantes que passaram, simulados on-line, informações sobre as universidades e seus cursos pudessem ser acessadas a qualquer momento, de qualquer lugar do Brasil. Entre muitos sites, no entanto, um grande destaque deve ser dado as páginas criadas e mantidas pelos grandes veículos de comunicação, como por exemplo, a Folha de São Paulo, em sua versão eletrônica (folhaonline), que disponibiliza o site fovestonline ( http://www.uol.com.br/folha/fovest ). A grande vantagem de grupos como a Folha está relacionada a existência de um grande número de profissionais para realizar a cobertura dos vestibulares e a confecção de artigos que orientem os candidatos

O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (The assassination of Jesse James by the coward Robert Ford, EUA/2007)

Um espetáculo cinematográfico de primeiríssima grandeza. Este é o primeiro veredito que posso dar para a obra do diretor Andrew Dominik e estrelado pelo astro Brad Pitt, em uma de suas melhores atuações. Não é um filme para qualquer público. É um pouco lento para aqueles que procuram um western movimentado, atribulado, com muitos tiros, assaltos e confrontos entre os fora da lei e os xerifes. Na realidade, não é um filme apenas para os fãs do gênero faroeste. Vai além por trabalhar aspectos da própria condição humana. Expõe de forma clara e envolvente o mito Jesse James (Brad Pitt) em minúcias de sua vida que passam ao largo daqueles que conhecem sua trajetória como um dos mais temidos bandidos de então. Acompanhamos os irmãos James, nesse momento de sua história apenas Jesse e Frank (Sam Shepard), já que os demais haviam sido presos ou mortos, em sua última ação conjunta, o assalto a um trem. Nesta nova e derradeira empreitada conjunta eles contam com a ajuda de alguns marginais que p